segunda-feira, 6 de julho de 2009

Terreiro do Paço: o que temos a dizer.


.
Antes de mais, perguntaram a estes moradores qual é a opinião deles?
.

.
Depois do mais, não é um bocadinho RIDÍCULO estar a discutir grandes projectos quando se é incapaz, no MOMENTO PRESENTE, de retirar estas pessoas das arcadas do Terreiro do Paço? Falar do futuro é o melhor álibi para adiar o presente. Meus senhores: o futuro é agora.
.

.
Vamos então falar um pouco do Terreiro do Paço. Caoticamente, como é timbre deste blogue de amadores:
1º - A primeira coisa a fazer, antes de se pensarem em mais obras e projectos, era «selar», «fechar» o que ainda está em curso. Só depois se deveria discutir serenamente o futuro do Terreiro do Paço. Mas, por agora, arrumava-se o espaço.
2º - O Terreiro do Paço vem sempre à baila. Políticos e arquitectos adoram falar dele, todos querem deixar a sua «marca» no Terreiro do Paço. Isto é ridículo. Agora que está sem carros, o Terreiro do Paço não está assim tão mal que justifique uma intervenção de fundo. Há muitos pequenos arranjos a fazer, já lá vamos. Mas, com palácios a cair por todo o lado, «buracos» a resolver (ex. Parque Mayer), não parece que, em tempos de crise, esta seja uma prioridade.
3º - Desenganem-se os que julgarem que uma obra de vulto no Terreiro do Paço irá «revitalizar» toda a zona. Os turistas irão sempre ao Terreiro do Paço e à Baixa, pelo que não irá ser atraída mais gente. As pessoas não passarão a ir residir na Baixa se apenas se mexer no Terreiro do Paço. O sítio, para mais, não é aprazível para estar à noite. É desabrigado e exposto aos elementos. Se julgam que vão ter gente e gente nas arcadas, enganam-se.
4º - É ESTÚPIDO reduzir faixas de rodagem. Tem-se a desvantagem de o trânsito afunilar e a desvantagem de não existir uma pedonalização completa, um acesso directo ao rio. O pior dos dois mundos.
5º - Há muitos arranjos a fazer, isso há:
-tirar os sem-abrigo das arcadas;
- retirar a uma praça com esta dignidade os elementos que estão a mais: «mupis», barracas de gelados, etc.;
- colocar todos os candeeiros em falta nas arcadas;
- melhorar a iluminação;
- abrir o acesso ao Arco da Rua Augusta. É INACREDITÁVEL estar fechado;
- abrir o acesso aos claustros dos ministérios;
- limpar os grafitos na base da estátua e nas arcadas.
6º - É IDIOTA pensar, como faz Santana Lopes, num «Museu das Descobrimentos». O que é que se punha lá dentro? O Museu de Arte Antiga transferia-se para lá? Com o tempo, era uma ideia a pensar, mas o facto é que, não havendo disponibilidade imediata para isso, não sabemos que peças teria o futuro Museu. Mais umas macacadas de realidade virtual? para um museu a sério, quanto custaria a sua montagem? Isso de contas não é geralmente coisa que preocupe o dr. Santana Lopes.
7º - É CRIMINOSO estar a fazer obras a toda a pressa só para a pompa do centenário da República. Não sabiam que o centenário era em 2010? Tivessem começado mais cedo. Agora, é INACREDITÁVEL andar à pressa, sem concursos, com recurso a arquitectos de terceira ou quarta ordem, a fazer uma obra «de encher o olho» só para estar pronta para o Centenário da República. A República (Portuguesa) merece melhor do que isso. E fazer do Terreiro do Paço a obra emblemática do centenário da República é, digamos, um pouco ABUSIVO.
8º - Por último, last but not the least: é EXTRAORDINÁRIO que um executivo camarário que permitiu que no Terreiro do Paço se instalassem carrinhas de vendas de churros e frituras, matraquilhos e outras coisas, que alugou o espaço para a TMN colocar bolas luminosas no Natal, venha agora falar da «dignidade» ou da «majestade» deste espaço que agoram dizem ser «nobre» e «emblemático». A CML de António Costa, com a conivência do «Zé», já mostrou não ser digna de falar da dignidade do Terreiro do Paço. Portanto, cale-se e aguarde pelas eleições. Numa altura destas, à beira de um acto eleitoral, não comprometam o futuro mais do que já o fizeram no passado.

Sem comentários: